terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Aprendiz XI - Uma taça de vinho no trabalho



Tomei uma resolução de ano novo bem fácil de cumprir: comer mais frutas. Matar a fome que dá no trabalho, lá pelas 10 horas da manhã, com uma maçã ou uma tangerina. Engorda menos do que aqueles biscoitos em pacotinho e todo mundo sabe que é muito mais saudável. Decisão tomada, potinho plástico à mão, todo dia, antes de sair de casa, preparo minha merenda.

Ontem levei para o escritório um par de ameixas pretas frescas, importadas, que estavam em promoção no supermercado. Muito maduras, quase passando do ponto, custaram barato: R$ 2 cada quilo. O próprio saldão das sobras de fim de ano.

Pergunta: o que pode haver de interessante e diferente em comer uma fruta com a mão e escrever ao computador com a outra, durante um dia normal de trabalho? É algo que mereça comentar neste blog?

Resposta: comento por aqui porque comer estas ameixas foi uma experiência “enológica”. Por estarem além do ponto tinham uma textura diferente, a polpa macia como geléia. Eram muito doces, com um certo aroma de madeira e baunilha. Nada de acidez. E um sabor residual, longo, que, por incrível que pareça, evoluiu na boca. Foi assim como... tomar um gole de bom vinho.

Entendi o que bebedores experientes querem dizer quando afirmam que tal vinho tem sabor e aroma de ameixas e frutas similares. Tive a experiência real; o encontro com a sensação (que poético!). Antes eu suspeitava. Com esforço relacionava frutas pretas a passas de uva, por exemplo. E buscava sem sucesso no paladar, olfato e memória, alguma correlação convincente. Desta vez incorporei mais um aroma-sabor (porque acho que os dois se misturam e um não existe sem o outro) no meu ainda pequeno repertório. Suspeito que deve ser assim, com tempo e de forma experiencial, que bons apreciadores se formam.

Neste sentido, ainda tenho muito a evoluir. Ainda não entendo bem “aromas florais”. Nem imagino que cheiro têm as violetas – as que vi até hoje, nenhum. Também ainda não identifiquei nenhum traço de alcaçuz nos vinhos que bebi. Ainda que esta característica estivesse ressaltada na parte de trás de alguns rótulos... Mas estou certo de que o desenvolvimento da percepção virá naturalmente. Aos poucos. É só uma questão de aguçar a boca e o nariz.

Resumindo, o lanchinho de ameixa preta foi como beber um bocado de vinho no meio do expediente. Amanhã o “gole” será de banana ouro. Sem ressaca!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Petisco II

Neste post ele estava com 3 meses. Vejam como anda a figura agora (com 5 meses).

domingo, 18 de janeiro de 2009

Domingo Jogo Rápido

Pouco tempo para preparar o almoço deste domingo. Fiz uma polenta firme com sêmola de milho e despejei num refratáro. Piquei folhas de escarola à Julienne + um punhado de tomates cereja cortados ao meio + um dente de alho espremido. Temperei com azeite extra virgem, um tico de sal e pimenta do reino moída. Misturei e coloquei sobre a polenta. Cobri com pedacinhos de muzzarella e levei ao forno para gratinar. Acompanhou um galetinho assado, que apesar de comprado pronto, estava bem suculento.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Jantar de Ano Novo

Já estou duas semanas atrasado (surgiu uma viagem relâmpago para a Europa logo no começo do ano), mas vou contar mesmo assim.

Queria algo diferente para a ceia de ano novo. Sair da mesmice da leitoa, lentilha e romã. Até porque eu nunca fiz leitoa, não como sopa de lentilhas no verão e me recuso a comprar romã por R$18 o quilo. Então optei por um cardápio de inspiração ibérica, aproveitando que havia 2 ou 3 garrafas de cava na despensa que seriam abertas na noite do dia 31.

Um dos pratos foi este “Arroz a Banda”, que aprendi com a Maria Eugênia, minha ex-professora de Espanhol. Fácil e rápido, costuma agradar aos gregos e troianos da família. Desta vez utilizei uma paella, mas já fiz Arroz a Banda em panela de barro e também em panela comum. Sempre deu certo. Certa vez, substituí os camarões por peito de frango (heresia!) e também funcionou.

Não sei se esta é realmente é a receita autêntica. A Maria Eugênia diz que a aprendeu com uma colega da Real Academia Espanhola. Ela também ensinou um segredo: em lugar de açafrão deve-se utilizar o “Paellero Carmencita”, um condimento especial para paellas. Así queda más rico, chicos!

Não posso terminar sem desejar um “feliz-ano-novo” especial ao meu sogro C. que patrocinou os camarões, graúdos e fresquíssimos, vindos lá de Guaratuba.


Arroz a Banda

Ingredientes:

- 6 colheres de sopa de Azeite de oliva.
- 1kg de camarão médio, descascado e limpo.
- 1 pimentão verde cortado em cubos de aproximadamente 1cm.
- 1 pimentão vermelho cortado em cubos de aproximadamente 1cm.
- 2 cebolas médias cortadas em cubos de aproximadamente 1 cm.
- 5 dentes de alho picados.
- 2 folhas de louro.
- 500g arroz de arroz, de preferência o tipo “redondo”.
- 1 litro de caldo de peixe (ou caldo de legumes).
- 1 envelope de condimento para paella (Paellero Carmencita) ou açafrão.
- Sal a gosto.

Para enfeitar:

- 3 ovos cozidos cortados ao meio.
- Azeitonas pretas graúdas.

Modo de Preparo:

1. Numa paella, refogue a cebola, o alho e as folhas de louro no azeite, sem deixar queimar.
2. Acrescente o camarão, o arroz, o Paellero Carmencita, o pimentão verde e vermelho, mexendo por uns 2 minutos.
3. Despeje o caldo de peixe bem quente. Misture e acerte o sal. Deixe cozinhar em fogo baixo até que o arroz esteja macio.
4. desligue o fogo, regue com um fio de azeite e enfeite com os ovos e as azeitonas pretas.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Aprendiz IX - Vinho de mesa no bistrô

Neste post do glupt! , o Luiz Horta escreve sobre vinhos carnudos, aconchegantes e cheios de fruta. Vinhos, segundo ele, camponeses e sinceros. Lembrei-me de um chamado Los Abuelos (nome incomum para um vinho francês!), que tomei em Outubro passado. Vinho de mesa, sem muita informação no rótulo. Safra 2004, de um pequeno produtor. 100% grenache, delicioso. Também muita fruta e um gosto pronunciado de melaço e cravo em pó (sim, era cravo EM PÓ. E não se trata de enochatice minha. É que perceber esta sutileza me chamou a atenção).

O tal Los Abuelos foi bebido num bistrô recomendado pelo Caderno Paladar do Estadão: o Le Bistral. É um restaurantezinho minúsculo, charmoso e de poucas mesas. A cozinha tem, no máximo, uns 2x4 metros(!) onde se acomodam um chef, um ajudante e um lavador de pratos. Comida muito honesta, gostosa, sem muita frescura, mas executada com capricho. Comi uma perna de pato que estava muito, muito boa. Da entrada e sobremesa, sinceramente, nada me lembro. O que não desabona em absoluto o cozinheiro.


Entusiasmado depois de uma semana puxada de trabalho na SIAL e estimulado pelas ótimas companhias (já esclareço: um bando de colegas desbocados), comprei uma garrafa extra que foi degustada aqui no Brasil, com a Gabi, Betty e Marcel. Quebrei meu preconceito contra os vinhos de mesa. Pelo menos os que vêm da França e são comprados por lá.

- Los Abuelos V.D.T. 2004, tinto.
Domaine Terre Inconnue, França. 100% Grenache. Suculento e frutado, melaço e cravo em pó. Delícia.

Le Bistral
80, Rue Lemercier - Paris
Fone: 0142635961

Fotos: interior do Le Bistral. São de minha autoria com a máquina emprestada pelo Paulinho (merci!).