Fila do caixa, na Livraria Cultura. Reparo na senhora à minha frente: baixinha, uns 65 anos, com uns sete ou oito livros na mão, todos do mesmo autor. A curiosidade vence a minha costumeira rabugice-de-fim-de-ano. Resolvo puxar papo:
- Pôxa, a senhora é fã do Rubem Alves, hein!?
- É que meu filho mais velho descobriu Rubem Alves e se “apaixonou” por ele...vou dar de presente de natal.
- Humm, sei...também gosto muito do Rubem Alves.
Três segundos de silêncio e ela continua, em tom de segredo:
- Sabe, eu tenho uma discoteca e uma biblioteca imensas... invisto a minha aposentadoria em livros. E em música! Costumo dizer que é a “fazenda” que eu vou deixar de herança para os meus filhos e netos. Conhecimento, prazer e cultura. Tenho certeza que a partilha das terras vai dar briga entre eles, mas será uma briga boa! (risos)
Pagamento feito, ela sai apressada para embrulhar os livros. Haja papel colorido. Rubem Alves tem conteúdo de muitos alqueires.
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