Minha mãe chegou ontem por aqui com doce de abóbora e doce de mamão verde, que ela havia feito no dia anterior. Adoro e não os troco por nenhuma outra sobremesa (exceto "papo de anjo", que para mim é a campeã). Infelizmente, não tinha Catupiry em casa. Comi com requeijão cremoso mesmo. De joelhos (desculpem-me pelo chavão!)
Fiquei pensando o quanto de cultura e história um simples doce de abóbora carrega. Exagero? Pense bem: um fruto nativo, temperado com o açúcar, que já foi a mola-mestra da economia colonial brasileira. Já na panela, acrescenta-se cravo e canela. Especiarias. Já imaginou o quanto era difícil consegui-las três séculos atrás? A distância que viajavam até chegar numa cozinha de engenho? O modo de preparo: Centenário. Tradição oral. De uma geração para outra. Não existe receita exata. Quem faz bem estes doces, como minha mãe, os faz "de olho". E aí é que está a beleza da coisa: tão simples e tão único!
Nenhum comentário:
Postar um comentário