quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Radiola 2 - Sonatas e Partitas para Violino solo de J. S. Bach


Na minha opinião, as Sonatas e Partitas são a obra definitiva para violino solo (Os 24 caprichos de Paganini? Ah...apenas pirotecnia...). Com elas, Bach avançou pelo menos 2 séculos na história da escrita para violino. Polifonia pura. Grande dificuldade técnica; complexidade musical ainda maior. Foram compostas (ou pelo menos concluídas) na época em que Bach servia ao Príncipe Leopold de Cöthen. Mesmo período dos seis concertos de Brandenburgo, das seis Suítes para Violoncelo solo e outras obras primas.

Existem vários registros importantes, como por exemplo o de Natan Milstein (1973), celébre pela maturidade interpretativa. Eu gosto desta versão de Itzhak Perlman. Apesar de considerá-la levemente "romântica". Perlman é Perlman, com sua sonoridade e clareza inconfundíveis.

Porém o mais interessante nesta gravação é que Perlman utilizou 2 violinos raríssimos: Nas Sonatas em Dó maior e Lá menor o Antonio Stradivari 'Soil' de 1714. Nas demais Sonatas e Partitas o Guarneri del Gesù 'Ex Sauret' de cerca de 1740. De forma que, para o ouvido interessado, é possível comparar as diferenças de sonoridade entre os violinos destes 2 maestros-lutaios italianos, tocados por um mesmo intérprete, em peças de uma mesma fase de um mesmo compositor. Oportunidade rara. Raríssima.
J.S. Bach - Sonatas and Partitas for Violin Solo
Itzhak Perlman - Violin
Gravado entre 1986 e1987 - Concordia College - Bronxville, New York
EMI

3 comentários:

Anônimo disse...

Tenho a do Milstein, tinha, eu acho, com um dos irmãos Kujiken, no auge do movimento de época (sou do período xiita de Leonhardt/Harnoncourt e outros aiatolás menores). Não sei onde estão estes cds.

Rogério disse...

É Luiz, eu também peguei esta fase dos movimentos de época. Alguns dos meus (ex)colegas foram até estudar na Holanda. Naquele tempo a "meca" era Den Haag. Hoje já não sou tão purista...

Pelo jeito você leu e gostou de "O Discurso dos Sons" do Harnoncourt, certo?
Abraço
Rogério

Anônimo disse...

Certo! Não sei onde foi parar, capa marron, li outro depois, o nome já esqueci. Nunca vi o Harnoncourt tocando nem regendo, o Leonhardt vi diversas vezes, para minha alegria.